A França tem mais um candidato de extrema-direita que pode passar à segunda volta das eleições. Chama-se: Éric Zemmour. De tanto aparecer, ajudou a normalizar racismo, xenofobia, machismo e homofobia. Descreve uma França de escolas «sitiadas por alunos, sobretudo norte-africanos e africanos, cada vez mais numerosos, cada vez mais rebeldes contra a aprendizagem e cada vez mais violentos», e povos sujeitos a estrangeiros que «roubam, violam, pilham, torturam, matam».

Revista Julgar
Ambos encarnados na vivência da nossa parentela, refletindo tensões, modos e projetos de identidade nacional. Uma diz respeito às identidades coletivas, aos ritos, aos modos que fundamentam as instituições sociais. Se representar significa dar visibilidade ao outro, historicamente, também significou silenciar outro. Indivíduos ou grupos dominantes, legitimados por instâncias sociais, como classe, raça e natureza, desqualificam, desautorizam ou inviabilizam discursos das minorias marginalizadas, sobretudo as dissonantes. O presente artigo procura narrar a cenário da experiência mestiça. Confronto presente nas entranhas ou nas vísceras de nossa sociedade. Ermelinda, mulher branca que dispunha a si e a sua sucessão aos apetites do capital, num processo de alteridade denominado por Kiening quanto selvagens artificiais. Corpo, desejo e despesa No final século XIX, para estimular o consumo, a publicidade associava a imagem feminina a toda sorte de produtos. O sucesso desta estratégia de venda, como é sabido, foi enorme, e os corpos femininos, até hoje, continuam a ser padronizados, exibidos e ofertados, simbolicamente ou de fato, próprio após tantas lutas feministas.
